Ceará - Ceará registra 50 mortes por raios

Neste ano, segundo a Companhia Energética do Ceará (Coelce), apenas em dezembro, foram registrados 687 raios no Estado

O número de óbitos no Estado ainda pode aumentar, já que os casos suspeitos passarão por perícia

O Ceará registrou 50 mortes causadas por raios, entre 2000 e 2011, praticamente cinco óbitos por ano. Em 2011, apenas uma morte aconteceu. De acordo com dados dos satélites e sensores do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2000 e 2009, a média anual de incidência no Estado ultrapassou 300 mil raios.

Neste ano, segundo levantamento da Companhia Energética do Ceará (Coelce), em novembro, foram registrados 70 raios, já em dezembro foram 687. No Brasil, caem, anualmente, uma média de 50 milhões de raios.

O Ministério da Saúde ainda realizará a perícia dos casos suspeitos de morte por raios, portanto, o número de óbitos ainda pode aumentar no Estado.

O setor elétrico é o mais prejudicado com a queda de um raio, gerando riscos à população. Para tentar evitar acidentes e até corrigir o fornecimento de energia elétrica, a Coelce possui o Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas para o Ceará, desenvolvido com a finalidade de identificar o local de queda do raio na rede elétrica, prever tempestades e minimizar o tempo de atendimento. O sistema identifica as áreas de maior incidência, otimizando a instalação de equipamentos de proteção contra descargas.

Conforme o responsável pela operação de alta e média tensão da Coelce, Eduardo Gomes, a descarga atmosférica (raio), acontece devido à diferença potencial entre um ponto e outro (nuvem e terra). Segundo ele, existem três tipos de raios, mas apenas dois podem ocasionar a morte de pessoas e afetar a rede elétrica. São eles, os causados pelas combinações nuvem/terra e terra/nuvem. Para a passagem da corrente elétrica é necessária a diferença de tensão.

Cuidados

A incidência dos raios está associada às nuvens carregadas. O monitoramento da Companhia é feito por meio de antenas que detectam o sinal da descarga elétrica. Em dias de temporal é prudente se afastar de postes de iluminação e estruturas metálicas, como cercas de arame farpado.

A Coelce orienta também que as pessoas evitem utilizar telefone com fio, ferro de passar roupa, chuveiro e aparelhos elétricos durante a descarga. Se estiver na água (praia ou piscina), sair imediatamente ao menor indício de raios ou trovões.

É sempre recomendável utilizar, dentro de casa, o telefone sem fio, caso necessite. Outra recomendação é que a pessoa se afaste de árvores, sobretudo as isoladas, pois são elementos com menor resistência à corrente elétrica.

Os aparelhos eletrônicos devem ser desligados da tomada. É bom também evitar ficar de pé se estiver em local descampado. O ideal mesmo é estar abrigado numa estrutura de alvenaria.

Postada:Gomes Silveira

Fonte:Diário do Nordeste