Projeto do Sanear II em Quixadá está longe de ser uma realidade

A Cagece mesmo sabendo dos desastres causados pela empresa executora nada faz.

Iniciado há mais de quatro anos, o projeto da obra do Sanear II de Quixadá, no Sertão Central cearense, pode-se afirmar com todas as letras, que, do ponto de vista de sua funcionabilidade, ainda não saiu do papel. A obra que custou até o presente momento em torno de R$ 27.000.000,00, foi contratada pelo governo do Estado, através da Companhia de água e Esgoto-Cagece e executada pela construtora Marcilop do Brasil. O cronograma financeiro do projeto foi executado na íntegra, tendo que sofrer aditivos, mesmo assim está inacabada e sem previsão para a sua conclusão e funcionamento pleno.

A construção da Estação Elevatória Nº.01, que fica nas proximidades da Faculdade Católica Rainha do Sertão, não foi concluída e encontra-se com aspecto de abandono. O gerente regional da Cagece, Christian Quezado, tem afirmado à imprensa local e no plenário da Câmara Municipal de Quixadá, que a obra está praticamente concluída e que atenderá a 7.500 (sete mil e quinhentos) domicílios, dessas, a Cagece já interligou 3.500 residências ao sistema de esgotamento sanitário, classificadas de “baixa renda”.

O que a Cagece não sabe e nem o poder público local, é dizer quando será interligado legalmente as demais unidades prediais, ou quando de fato vai funcionar o sistema. Pelo que o portal Revista Central apurou, dezenas de ligações clandestinas foram executadas, que, continuam poluindo rios e córregos. No inverno, ainda do ano passado, era fácil observar PVs jorrando águas pelas tampas.

A obra da Cagece em Quixadá deverá beneficiar 30.825 habitantes, com a implantação do moderno sistema de esgoto. Do valor principal foram investidos R$ 21,6 milhões com recursos do programa especial de saneamento básico. A Companhia executou 52.475 metros de rede coletora e 7.500 ligações prediais. Também construiu estação de tratamento de esgoto e 4.976 metros de emissário (tubulação pressurizada). Pelos levantamentos de 2002, 78% das residências do Município não tinham suporte sanitário público.

Hoje a obra do Sanear está construída de acordo com o Poder Público, sua estação de tratamento de todo o Sistema do Esgotamento Sanitário do Projeto Sanear II, que tem a finalidade de receber e tratar todas as águas poluídas das unidades residenciais, já apresenta problemas graves mesmo sem entrar em funcionamento. Segundo informações, as paredes de concreto que dividem a estação de tratamento em partes, não estão funcionando como deveriam, apresentando vazamento de uma parede para a outra comprometendo a função de despoluição das águas servidas que chegarão à estação.

Outro detalhe que as autoridades deverão tomar providências urgentes, além da conclusão da obra e o seu funcionamento é sobre a questão das interligações, há dúvida de quem vai interligar as casas que ainda faltam. É bem da verdade, que só uma legislação municipal determinando que a população interligue o seu esgoto no sistema resolverá o problema, porém, em pleno ano eleitoral possivelmente não será realizada, a medida é antipática, pois quem receber o saneamento terá que pagar uma nova conta no final de cada mês.

A reportagem do portal Revista Central procurou o gerente citado por quatro vezes, sendo que não obteve sucesso.

Postada:Gomes Silveira

Fonte:Matéria extraida do Portal Revista Central