Cid e Luizianne são hoje os políticos mais representativos da elite cearense. Os dois estão em rota de colisão. Um fato visível. Os aliados do Governador dizem nos bastidores que a turma da prefeita anda bancando os ataques ao Governo Cid. E dão nomes aos bois dessas operações. Acusam a turma de Luizianne de estimular o acirramento da greve dos professores e agora falam que o motim dos PMs ocorre com o estímulo da Prefeitura.

Esse ambiente conturbado gera leituras emocionais de todos os lados. Antes das vaias do reveillon, a prefeita Luizianne Lins estava decidida a lançar seu candidato independente do apoio eleitoral do governador Cid Gomes. Já estava de olho no Palácio Abolição em 2014. Tinha lá suas razões. Pesquisas internas do PT cearense asseguravam que Luizianne tinha força suficiente para eleger "um poste" sem precisar da mão amiga de Cid. 

Por sua vez, o governador Cid Gomes estava se preparando para tirar férias. Os rumos adotados pela rebelião de PMs revelam que essa categoria precisa ser melhor olhada, mas essa situação econômica não dá direito a esses PMs e bombeiros de fazer o que andam aprontando pelas ruas de Fortaleza. Há excessos cristalinos. E mais: forças de segurança não têm direito à greve. 

Cid e Luizianne dividem a dor do momento complicado que vivem nesses primeiros dias do ano de 2012. Cid precisa resolver o motim dos PMs e bombeiros. Luizianne precisa encontrar uma explicação para uma festa tão bonita com um público de 1,5 mi ter se encerrado de maneira tão desabonadora à administração municipal.